Passados 131 anos da repressão de Chicago, nos Estados Unidos da América, de que resultou o assassínio e a prisão de trabalhadores e sindicalistas, milhares de trabalhadores vindos de todo o Distrito, correspondendo ao apelo dos Sindicatos e da União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN, concentraram-se, hoje, no Largo da Estação da CP em Aveiro, para participarem na manifestação do Dia Internacional do Trabalhador.

P5014303Tratou-se de uma manifestação animada, combativa e com força como comprovam as diversas palavras de ordem gritadas designadamente: “É Justo e necessário o aumento do salário!; Renegociar para o país avançar!; Continuar a lutar para repor e conquistar!; Emprego estável sim,
Precariedade não!; Precariedade é injusta os jovens estão em luta!; 35 horas para todos sem demoras!; Pela Constituição queremos Contratação!; Serviços públicos, sim! Privatização não!; Abril e Maio de novo com a força do povo!; Temos voto na matéria queremos mudança séria!; Maio está na rua a luta continua!; O povo unido jamais será vencido!”.

Já no Largo do Rossio, João Ribeiro, dirigente da Interjovem, afirmou que é possível pôr fim ao trabalho precário e que a juventude trabalhadora está empenhada e disponível para prosseguir e intensificar a luta pela efectiva ruptura com as políticas de direita e por melhores condições de
vida e de trabalho. Adelino Nunes, Coordenador da União dos Sindicatos, afirmou que os avanços registados no novo quadro político do país, não são dádiva de ninguém, antes pelo contrário, são resultado da acção e da luta dos trabalhadores, da pressão desenvolvida nas empresas, nos serviços e locais de trabalho
dos sectores público e privado.

Porque a luta é determinante, saudou a luta dos trabalhadores dos vários sectores de actividade que tem permitido aumentar salários, consolidar direitos e defender a contratação colectiva, combater a precariedade, resistir e combater a desregulação dos horários e até reduzi-los e exortou-os a intensificarem a luta para exigir que o governo do PS revogue as normas gravosas da legislação laboral.

Afirmou que é tempo de romper com o passado, de Valorizar o Trabalho e os Trabalhadores de
projectar e construir uma política de Esquerda e Soberana, que tenha como opção a defesa dos
direitos dos trabalhadores e do povo, a salvaguarda do interesse nacional, a afirmação dos valores
de Abril e da Constituição da República Portuguesa.

No final foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso de intensificar
a luta reivindicativa nos seus locais de trabalho tendo por objectivos: o aumento geral dos salários;
a consolidação dos direitos e defesa da contratação colectiva, a revogação das normas gravosas da
legislação laboral, nomeadamente a caducidade, e pela reintrodução do princípio do tratamento
mais favorável e da renovação automática das convenções colectivas; pelo combate à
precariedade; pela reposição do vínculo por nomeação e o desbloqueamento das carreiras na
Administração Pública; contra a desregulação dos horários e pelas 35 horas de trabalho semanal
para todos; pela reposição dos 65 anos como idade legal de reforma e o acesso à reforma, sem
penalizações, ao fim de 40 anos de descontos.

Decidiram, também, participar e de forma activa esclarecer, mobilizar e organizar outros
trabalhadores e população para o Dia Nacional de Luta, de dia 3 de Junho, que terá lugar na
cidade do Porto.