Nos últimos dias, com entrada em vigor neste início de ano, foram sendo conhecidos aumentos de preços de produtos e serviços essenciais que a CGTP-IN não pode deixar de considerar inaceitáveis, pelo que significam de mais injustiça social, mais injusta distribuição da riqueza produzida e pela particular incidência sobre as camadas mais desprotegidas da população e das famílias mais pobres.

Comunicado à Imprensa n.º 001/06

CGTP-IN CONDENA AUMENTO DE PREÇOS E DESVALORIZAÇÃO DOS SALÁRIOS

 

Nos últimos dias, com entrada em vigor neste início de ano, foram sendo conhecidos aumentos de preços de produtos e serviços essenciais que a CGTP-IN não pode deixar de considerar inaceitáveis, pelo que significam de mais injustiça social, mais injusta distribuição da riqueza produzida e pela particular incidência sobre as camadas mais desprotegidas da população e das famílias mais pobres.

Tais aumentos de preços incidem sobre produtos e serviços essenciais – como o pão, anunciado 10% e os transportes que nos últimos 8 meses aumentaram 9,8% - são muito superiores à inflação prevista, acontecem num quadro de aumento das taxas de juro e não podem deixar de se relacionar com a política salarial do Governo.

E não pode ignorar-se que a inflação prevista é um número político jogado pelos Governos, que há vários anos se situa abaixo da inflação verificada, bem como o aumento das taxas de juro do crédito à habitação, que muito afecta a generalidade das famílias.

Nestas circunstâncias são ainda mais inaceitáveis os aumentos salariais que o Governo pretende impor na Administração Pública, apenas 1,5%, que o patronato procura seja considerado referencial salarial, sem esquecer que foi recusada a proposta justa e viável de aumento e reformulação do Salário Mínimo Nacional apresentada pela CGTP-IN.

É o modelo de desenvolvimento e garantia do futuro do País que continua o mesmo, num rumo decadente. O futuro não pode ter por base o fundamentalismo económico e financeiro. Precisamos dum outro modelo de desenvolvimento, que, necessariamente, proporcione uma melhoria das condições de vida dos trabalhadores, através de uma mais justa distribuição da riqueza, sendo um factor determinante o aumento real dos salários, onde se inclui o Salário Mínimo Nacional.

A CGTP-IN considera absolutamente justa a indignação, apela ao protesto organizado e à continuidade e reforço das justas reivindicações salariais, com uma vontade negocial fundada no futuro de um Portugal justo e desenvolvido.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 02.01.2006