Comunicado de imprensa 21/14

Decorridos quase 3 anos de aplicação do memorando da troica, a realidade, os dados e a generalidade dos números confirmam que estamos perante um programa que não só coloca o país numa situação de insustentabilidade económica, financeira, social e demográfica, como põe em causa direitos fundamentais consagrados na Constituição da República Portuguesa, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta Social Europeia.

RECESSÃO E RETROCESSO ECONÓMICO

Entre 2010 e 2013 o país viu o produto diminuir 5,7%, recuando para níveis semelhantes aos verificados no início do século. Embora o Governo anuncie o "sucesso" das suas políticas desde o final do ano passado, os números revelam uma contínua diminuição do PIB desde 2011, tendo-se verificado uma quebra de 1,4% em 2013 face ao ano anterior. Ao longo do seu mandato, o Governo do PSD-CDS reduziu a riqueza criada no país em 8,5 milhões de euros por dia.

A evolução do PIB deveu-se sobretudo à enorme queda da procura interna (-13,7% entre 2010 e 2013), como consequência directa da perda de poder de compra das famílias. Por outro lado, verificou-se uma acentuada redução no investimento (-28,4% entre 2010 e 2013). Também a produção industrial, no mesmo período, diminuiu 6 p.p.

POBREZA GENERALIZA-SE

Os números da pobreza, publicados recentemente pelo INE, reflectem bem os resultados da política de empobrecimento e de concentração da riqueza que tem sido levada a cabo pelo Governo. Com o rendimento mediano de 2009, a taxa de pobreza atingiu os 24,7% em 2012, o que significa que cerca de um quarto da população portuguesa vivia com menos de 434 euros mensais. A pobreza disseminou-se com particular incidência entre as crianças, 30,9% e entre os desempregados, 40,2% . Dados que não contemplam os mais de 66 mil trabalhadores que ficaram desempregados em 2013 , o corte no subsídio de desemprego e de doença, a redução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (-19%), o agravamento do corte nos salários dos trabalhadores da Administração Pública e o alargamento da aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade. Assim, é certo que a pobreza está hoje mais generalizada que em 2012 e que irá alastrar nos próximos anos, a prosseguir as políticas que têm depauperado os trabalhadores e pensionistas. ... Ver mais no PDF