Comunicado de Imprensa n.º 028/14

A evolução do PIB e da economia confirmam que o rei vai nu

A estimativa rápida divulgada pelo INE em relação ao PIB no primeiro trimestre deste ano demonstra que o clima de euforia em torno da evolução da economia que o Governo vem promovendo em vésperas de eleições não corresponde, nem de perto nem de longe, à realidade da situação económica e social do país. Até agora o Governo dizia que a economia estava melhor, apesar dos portugueses viverem pior. Agora o que se confirma é que ambos vão de mal a pior!

O indicador usado pelo Governo para iludir os portugueses quanto a uma recuperação e inversão do ciclo económico, a variação em cadeia, conheceu agora uma quebra significativa de 0,7%, ao mesmo tempo que, em termos homólogos, a variação positiva de 1,5% do 4º trimestre de 2013, se reduziu agora para 1,2%. De salientar que este dado compara com uma quebra do produto de 4% no 1º trimestre de 2013, que por sua vez já incidia sobre uma quebra de 2,4% no 1º trimestre de 2012.

Para a CGTP-IN a estimativa do INE revela a debilidade crescente da nossa economia, cada vez mais dependente do exterior e das exportações dos refinados do petróleo, ao mesmo tempo que o tecido produtivo é destruído, nomeadamente a produção industrial que, no final de Março, caiu perto dos 10% em relação a 2010, valor que na U.E. só encontra paralelo na Grécia.

O início do ano fica assim marcado por uma situação insustentável que traduz o processo de fragilização em curso, com a queda do PIB a conjugar-se com a quebra do emprego e o elevado número de desempregados sem protecção social, consequências directas dos efeitos da política de direita e do prolongamento da recessão e da estagnação económica, que lhe está subjacente.

A CGTP-IN reitera a necessidade de uma política de esquerda e soberana, apelando a que os trabalhadores e as populações façam do dia 25 de Maio, dia das eleições para o Parlamento Europeu, um momento de afirmação da política alternativa que preconiza a renegociação da dívida para libertar recursos para o investimento na produção nacional, criando assim mais e melhores empregos assentes na qualidade e na incorporação da força de trabalho mais qualificada no processo produtivo, gerando mais riqueza e promovendo a sua justa repartição, o que passa necessariamente pelo aumento dos salários, das pensões e das reformas. Só desta forma será possível defender e dinamizar as funções sociais do Estado e travar o processo de empobrecimento em curso, rumo a uma sociedade de progresso, desenvolvimento e justiça social.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 15.05.2014