Autoeuropa montagemA Fiequimetal admite a necessidade de medidas de contenção da pandemia, mas não aceita – e exorta todos os trabalhadores a não aceitarem – que a actual situação sirva de pretexto para um processo de pilhagem aos direitos dos trabalhadores e à sua remuneração.

Num comunicado que hoje emitiu, a federação afirma que, pelo contrário, os salários e as condições de trabalho no sector devem melhorar, de acordo com as reivindicações dos trabalhadores.

Repartição desigual

Nos últimos anos as empresas do sector automóvel, tanto na fabricação, na montagem como na reparação, têm registado lucros fabulosos, resultados esses que só têm sido possíveis com o esforço e a dedicação empenhada dos trabalhadores do sector.

Apesar dos excelentes resultados, os trabalhadores não têm sido considerados, aquando da repartição de lucros, e os salários no sector têm evoluído muito timidamente.

É citada, a título de exemplo, a empresa PSA (Peugeot, Citroen e Opel). Em 2019, a fábrica em Mangualde produziu 77 707 unidades, um aumento de 23% face a 2018. Esta mesma empresa pretende agora recorrer ao lay-off, em prejuízo dos trabalha­dores e da Segurança Social.

Outro caso abominável é a Renault Cacia, que pretende aumentar a bolsa de horas e prejudicar os trabalhadores no seu legítimo direito a férias.

A Fiequimetal salienta que:

- o lay-off é um mecanismo destinado a empresas em risco de insolvência, o que não é o caso destas gigantes do sector;

- o banco (ou bolsa) de horas aumenta o horário de trabalho e, consequentemente, o tempo de exposição dos trabalhadores ao risco de contracção de doença, em particular no ambiente laboral;

- o direito a férias é inalienável e destina-se à recuperação física e psicológica dos trabalhadores. Não é um mecanismo para servir manobras económico-financeiras do patronato, nem pode ser utilizado como tal.

FONTE: FIEQUIMETAL