assistencia filhos enfermeirosO Centro Hospitalar de Setúbal nega aos enfermeiros o direito a assegurar os cuidados aos seus filhos menores de 12 anos, sob pena de terem faltas injustificadas, segundo vários relatos que chegam ao Sindicato dos Enfermeiros Portugueses vindos de enfermeiros, famílias monoparentais, casais de enfermeiros e de profissionais das designadas profissões essenciais daquele hospital.

Nota à Imprensa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses:

Enquanto a população agradece o Centro Hospitalar de Setúbal acrescenta dificuldades às famílias dos enfermeiros/as!

Sabemos que o momento difícil que atravessamos afeta todos e todas sem exceção. Cada um de nós deve procurar fazer a sua parte, dando o melhor contributo para a saúde de toda a população.

Contudo, há quem esteja mais exposto às consequências devastadoras que esta pandemia acarreta, caso dos profissionais de saúde, e em particular, dos enfermeiros/as (entre outros profissionais que saudamos).

Garantir que temos trabalhadores/as motivados “nas trincheiras”, significa também assegurar que os seus filhos estão seguros, que recebem cuidados adequados, que têm a mesma proteção e acompanhamento, em situação de igualdade com as demais crianças em território nacional.

Ora no Centro Hospitalar de Setúbal esta simples questão parece ser de difícil compreensão!

Chegaram-nos vários relatos de enfermeiros/as, famílias monoparentais, casais de enfermeiros e de profissionais das designadas profissões essenciais, denunciando que lhes foi negado o direito a assegurar os cuidados aos seus filhos menores de 12 anos, sob pena de terem faltas injustificadas.

Estes casos verificaram-se na ausência de resposta por parte das escolas designadas para esse efeito por parte do governo.

Consideramos esta atitude por parte do CHS ilegal e imoral. Num momento em que tanto é pedido e imposto aos enfermeiros, no CHS querem sonegar direitos, atentando contra os direitos das famílias destes profissionais! É incompreensível.

Merecem igualmente ser denunciadas as situações em que um dos pais tem de ficar em isolamento profiláctico sem que seja permitido, por este Centro Hospitalar que o outro membro do casal, possa cuidar dos filhos e assistir ao cônjuge em isolamento. Esta atitude revela total insensibilidade por parte do CA, para o que os enfermeiros solicitam e alegam em termos de contexto familiar.

Para além das ações concretas já desencadeadas junto do Conselho de Administração deste CH e do apoio jurídico, consideramos que a gravidade do que se está a passar no CHS, merece ser do conhecimento geral da população. É importante que todos tenham consciência que estes enfermeiros/as estão de corpo e alma a combater esta pandemia mas os seus filhos não podem ser arrastados para esta batalha nem discriminados em relação às outras crianças.

Muitas destas crianças estão já em situação de privação de contacto com os um dos pais, o tipo de atitude do CA do CHS tem tido leva a que este impedimento de contacto se estenda a ambos os pais, colocando em causa a saúde e o bem-estar de pais e filhos, promova a desmotivação e a revolta dos enfermeiros/as, pela forma discriminatória com que estão a ser tratados, numa altura em que também eles necessitam de sentir que os seus estão em segurança.

Quem cuida destas crianças? Quem assegura que têm o necessário acompanhamento escolar? Quem assegura que estão tão protegidas quanto as outras de contágio?

É urgente cuidar de quem cuida!

É urgente que o Governo e as administrações por este nomeadas, oiçam os profissionais e implementem medidas também que respondam às suas necessidades.

FONTE: SEP