Trabalhadores em luta contra o assédio perseguição e repressão na Misericórdia de Guimarães 640Houve greve de 3 dias na Misericórdia de Guimarães entre 24 e 26 de Maio

Os Trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães realizaram 3 dias de luta com Greve, concentração, vigília e manifestação, como forma de protesto contra as condições de trabalho, que se têm vindo a agravar desde o início da pandemia. Em causa estão:

· o acordo empresa, cuja tentativa de negociação se arrasta há mais de 2 anos por falta de resposta da Santa Casa;

· o aumento dos salários e diuturnidades;

· a regulação dos horários de trabalho, que permitam a organização da vida pessoal e familiar dos trabalhadores;

· o fim dos vínculos precários e a passagem a efectivos dos trabalhadores que exercem funções permanentes;

· a liberdade sindical dentro da instituição, que tem sido objecto de bloqueio por parte da administração; e o fim do assédio laboral que tem fustigado os trabalhadores, assumindo formas como repressão, opressão, censura e perseguição.

Perante a marcação de greve, a administração da Santa Casa respondeu aumentando a perseguição aos trabalhadores, movendo dezenas de processos disciplinares indevidos a trabalhadores que estiveram sempre na linha da frente perante a pandemia por COVID-19, trabalhadores que abdicaram da sua vida pessoal quando foi preciso dar resposta aos utentes da instituição. Esta administração não reconhece o esforço e profissionalismo dos trabalhadores, pelo contrário explora e humilha de forma que lembra a escravatura. Durante o decorrer da greve, a Santa Casa, tentou ainda bloquear o direito à greve, tendo sido necessária a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho de modo a permitir o direito à greve e à liberdade sindical.

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia, com o apoio do sindicato do sector, CESP, não se deixaram intimidar, e avançaram para a luta com acções para além da greve:

· Segunda-feira 24 de Maio: Concentraram-se durante horas dezenas de trabalhadores em frente à sede da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, tendo estado presente a Dirigente Nacional do CESP, Célia Lopes

· Terça-feira 25 de Maio: Trabalhadores e activistas sindicais realizaram uma vigília no Largo do Toural, em Guimarães, com um efeito visual que transmitiu o sentimento que a Santa Casa tenta impor nos trabalhadores

· Quarta-feira 26 de Maio: Centenas de trabalhadores e activistas realizaram uma manifestação e desfile com início no Largo do Toural, em Guimarães. Nesta iniciativa esteve presente a Secretária Geral da CGTP-IN Isabel Camarinha, que fez uma intervenção de apoio aos trabalhadores, assim como vários sindicatos do Distrito que apresentaram o seu apoio solidário com a luta destes trabalhadores. Esteve ainda presente uma delegação do Partido Comunista Português para apoiar os trabalhadores e divulgar a pergunta que foi entregue ao governo pelo grupo parlamentar do PCP relativamente à situação destes trabalhadores.

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, demonstraram a sua força e coragem com esta jornada de luta que ficará na história das Misericórdias de Portugal, e que encorajou outros trabalhadores.

Pela dignidade das condições de trabalho!

FONTE: CESP