Na intranet da empresa foram divulgados valores de aumentos salariais que nunca foram colocados nas negociações. É inaceitável dar o processo negocial por encerrado. Apesar dos lucros exorbitantes, não há respostas para os trabalhadores.

Apesar de ter acabado de apresentar os resultados pornográficos de 2023 (952 milhões de euros, de lucros atribuíveis aos accionistas, a que se juntam 379 milhões de euros em interesses não controláveis, elevando os resultados do Grupo EDP para valores que ultrapassaram os 1300 milhões de euros), a Administração da EDP despreza as reivindicações dos seus trabalhadores - protesta a Comissão Intersindical da Fiequimetal, num comunicado que ontem divulgou aos trabalhadores das empresas do Grupo EDP.

A Administração apresentou na reunião de dia 28 uma proposta em que baralha uma série de medidas, já recusadas pelos trabalhadores noutras alturas e que, por um lado, não resolvem os problemas que originaram a Carta Reivindicativa e, por outro lado, não servem para colmatar o aumento da tabela salarial para 2024, que está a ser negociado e tanta falta está a fazer aos trabalhadores.

Para além disso, a Administração engana os trabalhadores, quando apresenta hoje na intranet da empresa um valor de aumento de 3,5 por cento, com um mínimo de 60 euros, quando na mesa negocial nunca passou de três por cento e 40 euros de mínimo.

O descontentamento prolifera entre quadros técnicos e quadros superiores. Mas a administração queria uma muleta, pretendendo agora que os trabalhadores suspendessem a greve, alegadamente para estudar uma proposta, sem dar nenhuma garantia de considerar o pagamento das antiguidades.

A Carta Reivindicativa foi entregue à Administração em Outubro. Entretanto, os quadros superiores já fizeram constar à Administração a falta de valorização que sentem.

A Administração não quis ter tempo de estudar uma solução, no decorrer dos últimos quatro meses. Com certeza não é agora, em 15 dias, que o vai fazer.

A Administração sabe bem o que fazer para resolver a situação, por isso, venham com propostas que façam face às nossas reivindicações. Podem perfeitamente fazer esse estudo de proposta durante a continuação da greve, até para estarem mais motivados a resolver o problema.

A reunião acabou, com os representantes da Administração a saírem da sala sem marcarem nova data e a afirmarem que este processo seria ali encerrado e que a resolução ficaria nas mãos do Conselho de Administração Executivo.

Não aceitamos essa decisão e tudo faremos para que a Administração sinta a necessidade de voltar à mesa de negociação, e, desta vez, com propostas mais consentâneas com a realidade e com a necessidade de valorização dos trabalhadores.

Parece que a Administração está a necessitar de uma resposta forte de agudização da luta.

Fonte: FIEQUIMETAL

Administração da EDP engana mas tem de voltar à negociação