ogma oCom tabela salarial congelada há quatro anos, apesar dos lucros alardeados pela empresa, os trabalhadores da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal vão fazer uma greve de 24 horas pelo aumento dos salários, no próximo dia 08 de Julho. Além da reivindicação salarial, os trabalhadores da OGMA também lutam, entre outras, contra as imposições do «Banco de Horas», as alterações aos horários de trabalho e na marcação e gozo de férias, bem como contra a repressão dentro da empresa, as perseguições, discriminações e os despedimentos encapotados.

Representantes do STEFFAs e da OGMA, Indústria Aeronáutica de Portugal, SA, reuniram, no dia 21, com a finalidade de abordar as questões salariais e a proposta reivindicativa apresentada para 2016 (4% de actualização salarial, com um mínimo de 40 euros).

A empresa continua a não demonstrar vontade de corrigir a enorme injustiça que se salda pelo congelamento da tabela salarial desde há quatro anos a esta parte, apesar de anunciar, ao mesmo tempo e com grande pompa, os resultados obtidos no ano passado: um crescimento de 13% com um lucro líquido recorde de 11,6 milhões de euros. Ou seja, em apenas um ano, a OGMA lucrou mais 300 mil euros do que o valor total pago pelo accionista privado (a EMBRAER, Empresa Brasileira de Aeronáutica) por 65% do capital social da empresa, aquando da escandalosa privatização da empresa, há 11 anos atrás.

Apesar dos bons resultados obtidos nos últimos anos e dos cada vez maiores sacrifícios exigidos aos trabalhadores (que nas camadas adstritas à produção têm, em muitos casos, salários baixíssimos e sofrem com um clima diário de repressão e com tentativas de retirada e limitação de direitos constantes), a empresa mantém-se inflexível na discussão da actualização da tabela salarial.

Perante esta atitude da administração, os trabalhadores da OGMA reuniram no dia 23, em plenários amplamente participados, nos quais foi reiterado o compromisso de continuação da luta e aprovada a realização de uma greve no próximo dia 08 de Julho.

O respectivo pré-aviso, de 24 horas, foi já emitido pelo STEFFAs.

Os trabalhadores da OGMA entendem também que está na hora de informar, detalhada e pessoalmente, o accionista Estado (detentor dos outros 35% do capital social) sobre vários aspectos graves da situação laboral vivida na empresa. Neste sentido, no dia da greve, durante a manhã, uma delegação do STEFFAs deslocar-se-á ao Ministério da Defesa Nacional.

Além da reivindicação cimeira, relativa à actualização da tabela salarial, os trabalhadores da OGMA estão em luta: contra as imposições do «Banco de Horas», de alterações aos horários de trabalho e na marcação e gozo de férias; contra a repressão dentro da empresa, as perseguições, discriminações e os despedimentos encapotados; pela continuação e recuperação do trabalho para a Força Aérea Portuguesa; por um presente e um futuro com direitos e dignidade para quem trabalha!

FONTE: STEFFAs