O Sindicato da Hotelaria do Algarve realizou, dia 25 de Julho, uma acção de denúncia pública em Albufeira que visou chamar a atenção para o aumento da exploração e o contínuo empobrecimento dos trabalhadores. Esta iniciativa inseriu-se no âmbito da Quinzena de Luta da FESAHT, a decorrer entre 17 e 28 de Julho, que culminará com uma concentração nacional de trabalhadores do sector em frente à Secretaria de Estado do Turismo, em Lisboa.

A acção de hoje começou com um contacto com trabalhadores do Hotel Portobay Falésia, que vem recusando sistematicamente as reuniões que o Sindicato tem pedido. De seguida a delegação sindical esteve junto ao INATEL Albufeira e à praia dos Pescadores, onde foi distribuído um comunicado em português e inglês à população e aos turistas a denunciar o aumento da exploração e do empobrecimento dos trabalhadores que contrasta com o forte crescimento da riqueza acumulada pelos patrões.

Ao contrário do que afirmam os patrões a realidade no sector são os baixos salários e as dificuldades que os trabalhadores sentem para fazer face ao brutal aumento do custo de vida, a desregulação dos horários e os longos e penosos ritmos de trabalho, o grave problema da precariedade dos vínculos contratuais, a tentativa generalizada da retirada da alimentação em espécie, o bloqueio constante do patronato da negociação colectiva com os sindicatos da CGTP-IN por estes não aceitarem a retirada de direitos, entre outras malfeitorias que o Governo maioritário do PS e PSD, CDS, IL e Chega apoiam, nomeadamente quando votam contra propostas apresentadas na Assembleia da República que pretendem aumentar salários e melhorar as condições de trabalho.

Para o Sindicato da Hotelaria do Algarve só resta um caminho que é os trabalhadores tomarem consciência da sua condição de explorados e unirem-se em torno das reivindicações apresentadas pelos sindicatos da CGTP-IN, como o urgente aumento geral dos salários em 10%, no mínimo 100€, com efeitos a 1 de Janeiro de 2023, a regulação e diminuição dos horários de trabalho para as 35 horas semanais para permitir que os trabalhadores tenham vida pessoal e familiar, o combate à precariedade que permita estabilidade no trabalho e na vida, o respeito pelos direitos consagrados na contratação colectiva e a sua melhoria com vista ao progresso social, a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, como a caducidade das convenções colectivas que o patronato usa como arma de chantagem para retirar direitos e que alguns aceitam, e a reintrodução plena do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, o reforço dos meios da ACT e a sua reorientação para uma fiscalização eficaz e coercisa para corrigir abusos e ilegalidades para acabar com o clima de impunidade que existe no seio do patronato, entre outras medidas que são necessárias para garantir uma vida digna aos trabalhadores e a melhoria da qualidade do serviço prestado aos turistas.

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve