"ÁRVORES PARA A TERRA" é o lema escolhido pelas Nações Unidas para o Dia Internacional da Mãe Terra, em 2016.

A escolha justifica-se, pois as árvores contribuem para filtrar o ar que respiramos, ajudam contra a perda de espécies e a manter a biodiversidade, contribuem fornecendo alimento, energia e rendimentos. As árvores têm muitos outros papéis, como seja no ciclo da água, na manutenção dos solos, na fotossíntese ou nas cadeias alimentares.

A CGTP-IN congratula-se com esta celebração. No entanto manifesta as preocupações que tem relativamente à defesa do clima e do ambiente em geral, porque são os trabalhadores os primeiros a sofrer dos efeitos nefastos da falta de respeito pelo ambiente e a natureza.

As árvores, constituem uma reserva de carbono, nas árvores ficam retidos percursores de gases com efeito de estufa. Uma maior quantidade de árvores fará diminuir os gases com efeito de estufa na atmosfera, pela sua absorção de carbono da atmosfera. As árvores são uma grande ajuda na luta contra as alterações climáticas.

Este ano, fizeram coincidir o dia da Terra, com a cerimónia da assinatura do acordo de Paris sobre as alterações climáticas, que decorrerá na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Esse acordo foi, adoptado por 196 países e parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas e do acordo aprovado na COP21 em Paris.

arvoresACORDO DE PARIS ASSINADO EM NOVA IORQUE: ACORDO DO ADIAMENTO

Desde 1995 que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas confere aos países a responsabilidade de tomar medidas de precaução para prever, prevenir e atenuar as causas das alterações climáticas e limitar os seus efeitos.

Sobre isto já falamos em artigos anteriores sobre a COP21 que decorreu em Paris e o acordo aí conseguido.

Lamentamos que o acordo que promoveram seja mau ou muito insuficiente para o clima e para as populações afectadas pelas alterações climáticas e reafirmamos o nosso empenho em lutar contra as políticas neoliberais desregulamentadoras que se estão a negociar nas costas dos cidadãos, como o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) e o Acordo Económico e Comercial Global (CETA que são uma ameaça para o ambiente e atentam contra a democracia.

 

RECEAMOS QUE NADA DE SIGNIFICANTE IRÁ SER FEITO

A não haver uma inversão das políticas, os países pobres e em desenvolvimento, irão sofrer com o caminho aberto, de tornar o ambiente um negócio extremamente lucrativo para as multinacionais e para que os países ricos (poluidores) não tenham que pagar factura[J1]

Ninguém, nem nenhum país, ficou comprometido em parar com as emissões de dióxido de carbono e outros GEE, (Gases com Efeito de Estufa) nem agora nem no futuro. Há a ideia de que nada de significativo irá ser feito. Por muito que se diga que existe a intenção de atingir os objectivos, os Estados estão completamente livres de falhar as baixas emissões sem nenhuma consequência, pois o acordo não estabelece metas obrigatórias.

Não existe nenhuma referência a limites à extracção de combustíveis fósseis. Para limitar o aumento de temperatura em 2ºC os governos teriam de ter acordado em deixar 80% das reservas conhecidas de combustíveis fósseis sob o solo. Seria necessário não extrair o correspondente carvão, petróleo e gás natural.

Os lóbis das multinacionais poluidoras apressaram-se a deixar a sua marca sob a forma de patrocínios vários, até à formulação dos próprios textos do acordo, que protegem os sectores da aviação e dos transportes marítimos de quaisquer responsabilidades, quando estes sectores são responsáveis por 10% das emissões.

Existe contudo uma referência à justiça climática no preâmbulo. Aos trabalhadores e aos seus sindicatos resta permanecerem vigilantes e reivindicativos apoiando e promovendo acções justas dos pontos de vista ambiental, económico e social para conseguir uma justiça climática em benefício dos povos e dos trabalhadores de todo o mundo.

A CGTP-IN defende o desenvolvimento económico com baixa emissão de carbono e eficácia em termos de recursos, que não coloque em causa o planeta e assegure uma nova ordem económica internacional, baseada no desenvolvimento sustentável.

A CGTP-IN defende uma ordem económica mais justa para os trabalhadores e os povos e defende que a transição para uma economia de baixo consumo de carbono que garanta o emprego e o direito ao trabalho digno!

Departamento de Desenvolvimento Sustentável, ambiente, consumidores e Economia Social