Em Maio de 1948 Israel iniciou um processo de expulsão, destruição e limpeza étnica na Palestina, num processo conhecido como Nakba (a catástrofe em Português) e que destruiu 500 aldeias e deixou 750 mil refugiados. Até hoje o Estado de Israel prossegue essa política que tem sido intensificada nos últimos meses, com mais repressão, perseguição, segregação e agressão aos Palestinos.

A Invasão da mesquita de Al-Aqsa, um dos locais sagrados para os muçulmanos, e a repressão e violência que se assistiu nesse local durante o Ramadão é o espelho acção do estado de Israel e da violência que exerce contra os trabalhadores e o povo Palestino.

Este acto, inserido numa escalada de agressão, como a intensificação dos bombardeamentos à faixa de Gaza, um território com 41km de cumprimento e cerca de 10Km de largura onde 1,7 milhões de Palestinos sobrevivem cercados por um muro de um lado e pelo mediterrâneo do outro e um permanente bloqueio militar Israelita. Uma escalada com o alargar de novas ocupações e colonatos, com a destruição de escolas e edifícios públicos Palestinos, o ataque a pessoas, a queima de terras, casas e carros, destruindo a produção agrícola e limitando o uso da água potável. Integram esta política a manutenção pelo governo dos EUA do reconhecimento de Jerusálem como capital de Israel, ou a manutenção da ocupação dos Montes Golã Sírios ocupados ilegalmente e a intensificação da política agressiva e predadora na região e da qual Israel é o maior foco de instabilidade e de conflitos.

Há 75 anos que o povo Palestino sofre esta política que afecta de forma particular os trabalhadores. Vítimas de uma brutal segregação, os trabalhadores Palestinianos enfrentam discriminações no acesso ao emprego, os salários e remunerações são roubadas pelas agências de colocação, são impedidos de trabalhar e vivem permanentemente sob pressão impedidos de exercer os seus direitos e submetidos a exploração extrema como os relatórios da Organização Internacional de trabalho denunciam.

A posição ambígua do Estado Português e da União Europeia favorece a manutenção da política de Israel e legitima toda a sua acção agressiva. Exige-se que o governo Português condene a continuada repressão sobre o povo Palestino e reconheça o Estado Palestino com Jerusalém Oriental como Capital.

A CGTP-IN reafirma a sua solidariedade com o povo e os trabalhadores Palestinos, na sua heróica luta pelo direito à constituição do seu estado independente e soberano, com as fronteiras anteriores a Junho de 1967.

INT/CGTP-IN
16.05.2023