arderTêm vindo a deflagrar dramáticos incêndios na Amazónia, afectando em particular o Brasil e as populações indígenas da região, vítimas da devastação da floresta e de outros meios de vida.

A predação e destruição da Floresta Amazónica é a marca da prevalência do interesse económico sobre o interesse e direitos das populações, sobre a floresta e a biodiversidade.

Um processo que se acentuou com o golpe no Brasil e com o actual governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, activo promotor dos interesses do agronegócio, da produção e comércio da madeira e da extracção de minérios na Amazónia, interesses incompatíveis com a salvaguarda da floresta e os direitos dos povos indígenas. Interesses também indissociáveis do comércio internacional e do seu domínio por grandes empresas, que à custa destas calamidades e da especulação permitida pelos países onde estes recursos naturais são transaccionados realizam taxas de lucro obscenas.

Desde há muito que o grande capital e grandes potências mundiais procuram alargar o seu domínio sobre os imensos recursos naturais (incluindo a terra, a água e os minérios) da Amazónia, motivo pelo qual se desenvolvem movimentações neocoloniais, de ingerência, cerco e militarização da região, nomeadamente pelos EUA.

A CGTP-IN é profundamente solidária com os trabalhadores e os povos dos países de toda a região da Amazónia. É necessário encontrar soluções que ponham fim a esta tragédia e que evitem a sua repetição, defendendo os interesses dos povos dos países envolvidos e salvaguardando a sua soberania.

A CGTP-IN continuará a denunciar estas acções e planos de domínio económico e a tentativa de transferir custos e responsabilidades para o plano individual, enquanto se branqueia o capitalismo e se mercantiliza a natureza e o meio ambiente.


Internacional/CGTP-IN
29.08.2019