Mais de dois meses após a demissão dos chefes e subchefes de equipa do Serviço de Urgência do Hospital Amadora-Sintra (HFF), o Conselho de Administração ainda não implementou nenhuma das medidas propostas. Diariamente, continuam internados na urgência mais de uma centena de doentes, sem condições de dignidade.

Na sequência da demissão dos chefes e subchefes das equipas de urgência, a 29 de novembro – situação que o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) tem acompanhado de perto e que motivou a visita do Bastonário da Ordem dos Médicos –, foram propostas várias medidas pelo Conselho de Administração para solucionar os problemas. Essas medidas incluíam, entre outras, o reforço das equipas de urgência, a disponibilização de consultas diárias no HFF para doentes não urgentes e a contratualização de mais camas de tipologia social.

Mais de 2 meses após estas propostas, nenhuma medida foi aplicada, incluindo as que dependem apenas da gestão interna. As condições na urgência mantêm-se extremamente degradadas, com equipas profissionais exauridas e claramente insuficientes para a grande afluência de utentes. Diariamente, permanecem internados no SUG mais de 100 doentes, incluindo em macas nos corredores, em condições indignas. Esta grave situação não garante a segurança dos doentes e torna extremamente penoso o trabalho diário no SUG.

Os 8 chefes e 7 subchefes de equipas mantêm-se demissionários há mais de 70 dias, sem que até agora tenha sido visível qualquer diligência com vista à sua substituição. Apesar disso, têm cumprido integralmente as suas funções, no respeito pelo Código Deontológico e em boa-fé com as garantias dadas pelo CA para solucionar os problemas identificados.

Após a demissão do anterior diretor do SUG em conjunto com os restantes chefes e subchefes de equipa, o cargo continua a ser desempenhado interinamente por um adjunto da Direção Clínica, sem que até agora tenha sido aberto qualquer processo com vista à sua substituição permanente.

Entretanto, vários médicos de Medicina Interna têm rescindido os seus contratos e abandonado o hospital, face às más condições de trabalho, o que agrava a falta de profissionais. O HFF enfrenta atualmente uma preocupante carência de médicos internos em formação nesta especialidade, devido a rescisões e ao não preenchimento de vagas abertas em concurso.

Face à incapacidade do CA em resolver os problemas, os chefes e subchefes de equipa voltaram a endereçar uma carta ao CA, no dia 7 de fevereiro, apelando à adoção urgente de medidas que solucionem a grave situação da urgência, para a qual ainda não obtiveram resposta.

O SMZS reitera a sua solidariedade para com os colegas e exige a demissão do CA do HFF e a urgente intervenção do Ministro da Saúde no sentido de resolver a situação preocupante de uma das maiores urgências do país.

Fonte: SMZS