Depois da greve histórica no início do mês, trabalhadores da Aptiv voltam à greve.

Os trabalhadores da Aptiv, em Braga, cumpriram greves de 24h nos passados dias 9, 10, 11 e 13 de março, com uma adesão superior a 90%, caso se mantenha a insistência da administração, irão voltar à greve nos próximos dias 24, 26 e 27 de março.

Em causa, a exigência de aumentos salariais dignos, de no mínimo de 100€ de forma a fazer face à perda de poder de compra, pelo acréscimo de uma 5ª diuturnidade e da aplicação destas a todos os trabalhadores, que no momento, não está a acontecer, pela redução dos horários de trabalho sem perda de retribuição, em 30 minutos no imediato, de forma a atingir as 35h semanais a curto prazo, o fim da sexta noite de trabalho para o turno da noite, de entre outras reivindicações.

Depois das 4 greves de fevereiro, os trabalhadores pararam a produção da empresa entre os dias 9 e 13 deste mês, como uma adesão, média de entre os vários turnos, na ordem dos 90%. 

Em plenários discutiu-se a manutenção da luta, face à intransigência da administração, de uma empresa que ocupa o 6º lugar na tabela dos maiores exportadores de 2022, segundo dados tornados públicos, com um nível de facturação de milhões de euros, com uma produção para este ano, acima da média.

O braço de ferro dá-se com a proposta intransigente da administração, de aplicar aumentos salariais de 5,4%, valor que é muito abaixo do prejuízo que os trabalhadores têm tido, compare-se apenas com o valor da inflação do mês de fevereiro de 2023, de 8,6% segundo o INE, que, a par da especulação nos preços da energia, da habitação e dos bens alimentares de primeira necessidade, coloca os trabalhadores a ter um prejuízo imediato enorme. Refira-se ainda que não será de estranhar que a administração desta multinacional com lucros fabulosos, se cinja aos valores mínimos decretados pelo governo, de forma a ter os benditos benefícios fiscais.

Por todos estes motivos, os trabalhadores não aceitam a proposta da empresa, como consideram obsceno que uma multinacional com tantos milhões de lucros para os acionistas, beneficie de dinheiro público quando deixa os seus trabalhadores a viver com salários indignos.

Os trabalhadores da Aptiv irão participar na Manifestação Nacional de 18 de março, convocada pela CGTP-IN, como irão regressar à greve nos próximos dias 24, 26 e 27 caso, até lá, a administração insista na permanência do conflito social.

Fonte: Site Norte