Os trabalhadores despedidos do Complexo Petroquímico da Refinaria em Matosinhos, continuam sem soluções para o seu futuro profissional, há mais de dois anos que estes trabalhadores tiverem conhecimento que iriam ser despedidos por uma das maiores e mais lucrativas empresas nacionais, Galp, com a intervenção facilitadora do Governo que usou os lemas de uma “transição energética justa” e que “ninguém ficaria para trás”.

O anúncio do encerramento daquele complexo industrial, foi tornado público através de um comunicado da Galp endereçado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no dia 21/12/2020, onde os trabalhadores foram apanhados de surpresa, sem aviso prévio.

Passados mais de dois anos não há nada, só a certeza de que os trabalhadores despedidos ficaram para trás.

Tendo em conta esta dura realidade, vivida pelos trabalhadores despedidos e suas famílias, o SITE-Norte efectuou reuniões com as seguintes instituições:

● Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)

● Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)

● Câmara Municipal de Matosinhos

Na ronda de reuniões realizada foi denunciado o mau tratamento imposto aos trabalhadores despedidos e da falta de soluções para com os mesmos. Da parte das referidas instituições interlocutoras nada em concreto, só uma mão cheia de nada, com pretensões descoordenadas. Ficaram para registo os compromissos tanto da CCDR-N, para realizar uma reunião quadripartida entre o SITE-Norte e as referidas instituições, como do IEFP, de enviar por escrito as condições a aplicar aos trabalhadores despedidos, ambos compromissos por realizar.

No que diz respeito à Galp, onde o Estado tem a segunda maior participação accionista, assiste confortavelmente a este flagelo com mais um encaixe milionário recorde de 881 milhões de euros em lucros, sem o Governo exigir a sua responsabilização na reintegração de todos os trabalhadores despedidos.

Da parte do Governo não existe qualquer acção, só a história de um Primeiro-Ministro a concretizar que a “lição” à Galp seria o apoio aos trabalhadores despedidos, mas deste golpe de marketing nada foi feito, provocando uma revolta acrescida daqueles trabalhadores que se sentem usados numa publicidade barata.

Tendo em conta que o período de garantia do fundo de desemprego para alguns trabalhadores já terminou, ou está em vias de terminar, constatou-se a inexistência de um plano concreto a implementar, nem sequer delineado.

Perante esta situação preocupante de inoperacionalidade das instituições e porque o tempo urge na resolução deste flagelo social criado pelo Governo e Galp, iremos solicitar reuniões com carácter de urgência aos seguintes ministérios:

● Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

● Ministério do Ambiente e Acção Climática

Exigimos uma célere intervenção por parte do Governo nesta matéria, para que sejam cumpridas todas as metas e princípios da tão denominada “Transição justa" aprovada pelo Governo e UE. É necessário a implementação de medidas concretas que façam jus a esse nome, e não mais um documento com palavras bonitas, mas sem nenhuma aplicabilidade.

É urgente implementar soluções e por fim a esta situação insustentável.

Fonte: Site-Norte