Os trabalhadores da Continental Mabor, em Famalicão, dão lucros crescentes à multinacional, põem todo o mundo a rolar e não querem mais que o salário fique parado. Realizaram um acção pública, anteontem, no exterior da fábrica, uma das maiores exportadoras nacionais.

A concentração, junto à portaria principal da Continental Mabor, decorreu entre as 14h00 e as 17h30, para exigir da Administração a real valorização dos salários e dos trabalhadores.

A quem trabalha é exigido sempre mais: mais tarefas, mais produção, mais responsabilidades, mais stress, mais tempo, mais disponibilidade.

Mas a Administração ignora os trabalhadores e o seu sindicato, o SITE Norte. Não quer sequer usufruir de benefícios fiscais, por distribuir lucros aos trabalhadores, quando tem possibilidade de o fazer.

O salário real continua a diminuir. Por este rumo e a este ritmo, em breve a remuneração daqueles trabalhadores especializados ficaria ao nível do salário mínimo nacional.

A cada ano que passa, os trabalhadores criam mais e mais riqueza para o accionista.

No ano de 2022, cada trabalhador entregou mais de 95 mil euros de lucro. É expectável que este valor seja superior em 2023 e que volte a subir em 2024.

Para o sindicato e os trabalhadores, a Administração não tem argumentos para não integrar o prémio no salário-base e, assim, efectuar um aumento salarial justo e necessário, para inverter o caminho do salário mínimo.

É possível aumentar também o valor da distribuição de lucros, para uma mais justa repartição da riqueza gerada.

Continental Mabor