Para o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes (SITACEHTT AÇORES) o aumento dos salários é um tema de crucial importância para o futuro dos Açores e para a vida de cada açoriano. Há uma necessidade premente de aumentar os salários na nossa região, incluindo o aumento 5%, para 10% do acréscimo regional ao salário mínimo nacional. Não se trata apenas de um número na folha de vencimento; trata-se de dignidade, justiça social e de um investimento no bem-estar de toda a nossa sociedade.

Um salário estagnado ou baixo significa escolhas difíceis; entre pagar as contas da casa ou garantir uma alimentação saudável, entre investir na educação dos filhos ou aceder a cuidados de saúde adequados.

Um aumento salarial real, que acompanhe e supere a inflação, significa mais poder de compra. Significa que as famílias podem respirar com maior alívio, ter acesso a melhores condições de habitação, investir na sua formação profissional, e desfrutar de momentos de lazer que são essenciais para a saúde mental e social. É o reconhecimento justo do trabalho árduo e da dedicação de cada um.

Quando os trabalhadores têm mais dinheiro nos seus bolsos, gastam mais e consomem mais. Isto impulsiona a produção, cria mais empregos e faz a roda da economia girar de forma mais vigorosa. É um ciclo virtuoso, salários mais altos levam a maior consumo, que leva a maior produção, que leva a mais e melhor trabalho.

Além disso, salários mais competitivos são um fator de fixação da população. Quantos dos nossos jovens são forçados a procurar oportunidades noutras paragens por não encontrarem nos Açores uma remuneração que lhes permita construir um futuro? Aumentar os salários é também uma forma de combater a sangria demográfica e de garantir que o talento e a energia dos nossos jovens permaneçam e prosperem na sua terra natal.

O SITACEHTT AÇORES tem insistido na importância do aumento dos salários, como uma ferramenta fundamental no combate à pobreza e à exclusão social. Vivemos numa região onde, infelizmente, ainda existem muitas famílias a viver abaixo do limiar da pobreza. O salário mínimo nacional, mesmo com o acréscimo regional atual, nem sempre é suficiente para garantir uma vida digna, aos trabalhadores.

Para o SITACEHTT AÇORES, o aumento dos salários nos Açores, e em particular o aumento de 5%, para 10% do acréscimo regional ao salário mínimo nacional, não é uma despesa, é um investimento estratégico. Neste sentido vamos entregar no próximo mês, uma Petição para o aumento de 5%, para 10% do acréscimo regional ao salário mínimo nacional, que já tem mais de 3600 subscritores, ou seja mais do dobro da que foi entregue em 2024.

Aproveitamos esta oportunidade, para abordar outra situação remuneratória preocupante nos Açores, a ausência de subsídio de alimentação para trabalhadores açorianos em diversos setores de atividade. Esta é uma realidade que acarreta significativas consequências sociais, impactando diretamente o bem-estar e a qualidade de vida destas famílias. Esta conjuntura, por vezes ignorada, agrava a já difícil realidade económica de muitos, em especial num arquipélago onde os custos de vida são mais elevados..0

O subsídio de alimentação, representa uma componente crucial do rendimento disponível para muitas famílias. A sua inexistência significa que o valor correspondente a uma ou duas refeições diárias durante os dias de trabalho tem de ser integralmente suportado pelo salário-base. Para trabalhadores com salários já de si baixos, esta despesa adicional pode comprometer seriamente o orçamento familiar, levando a escolhas difíceis. O dinheiro que seria destinado a outras necessidades básicas, como a educação dos filhos, a saúde ou o lazer, é desviado para a alimentação.

A pressão financeira pode levar os trabalhadores a optar por soluções de alimentação menos saudáveis e mais baratas. A longo prazo, esta dieta inadequada tem um impacto negativo na saúde física e mental dos trabalhadores, aumentando o risco de doenças crónicas e diminuindo a produtividade.

Além disso, a falta de uma refeição adequada durante o horário de trabalho pode levar a quebras de energia e dificuldade de concentração.

A ausência de subsídio de alimentação em alguns setores de atividade cria uma desigualdade entre trabalhadores, mesmo que exerçam funções semelhantes ou equiparáveis noutros setores que beneficiam deste apoio. Esta disparidade contribui para um sentimento de injustiça e pode gerar desmotivação e insatisfação no trabalho.

A questão da ausência de subsídio de alimentação para os trabalhadores açorianos de vários setores exige uma análise aprofundada por parte das entidades empregadoras e das autoridades competentes. É fundamental reconhecer o impacto social e económico desta situação e procurar soluções que visem garantir condições de trabalho mais justas e equitativas, promovendo o bem-estar e a dignidade de todos os trabalhadores nos Açores.

O SITACEHTT AÇORES vai continuar a lutar pelo aumento das remunerações, porque é um investimento na dignidade dos nossos trabalhadores; é um investimento no crescimento e dinamismo sustentável da nossa economia; é um investimento na coesão social e no combate à pobreza e é um investimento no futuro dos Açores.

Fonte: SITACEHTT AÇORES

E preciso aumentar salarios dos trabalhadores dos Acores