No 3º trimestre de 2018 registou-se um abrandamento na criação de emprego e a interrupção da descida do desemprego que se vinha observando desde o 2º trimestre de 2016 em termos trimestrais. A taxa de desemprego foi de 6,7%, igual ao trimestre anterior, mas para os jovens menores de 25 anos e para as mulheres o desemprego aumentou, o mesmo sucedendo para os trabalhadores com habilitações mais elevadas.

A taxa de subutilização do trabalho diminuiu ligeiramente para 13,1%, correspondendo a 717,5 mil desempregados e subocupados, mas o número de desencorajados e de inactivos indisponíveis aumentou face ao trimestre anterior.

precarieEsta evolução é preocupante, tal como o aumento da precariedade do emprego que atinge mais de 22% dos trabalhadores de todas as idades e que é particularmente grave entre os mais jovens. Mais de 42% dos jovens com menos de 35 anos têm vínculos precários, sendo as jovens trabalhadoras as principais visadas (mais de 44%), sobretudo as menores de 25 anos (mais de 71% face a 62% entre os jovens trabalhadores da mesma idade).

O abrandamento da criação de emprego face ao que se tinha verificado no mesmo período de 2017 ocorreu quer na indústria, construção, energia e água, quer nos serviços, tendo havido destruição de postos de trabalho na agricultura, floresta e pescas (ainda assim inferior ao mesmo período do ano passado).

Preocupante é também o elevado peso do desemprego de longa duração que, não obstante ter diminuído, é de 50%, sabendo-se que a protecção no desemprego abrange menos de um terço dos trabalhadores desempregados em termos reais.

Estes dados mostram também a persistência dos baixos salários, com mais de 23% dos assalariados a receber menos de 600 euros, o que se traduz em cerca de 950 mil trabalhadores.

A CGTP-IN reafirma a necessidade de alterar o modelo de desenvolvimento, pôr o país a crescer sustentadamente, valorizar o trabalho e os trabalhadores, garantir a efectivação dos direitos, elevar as condições de trabalho e os salários, e reforçar a protecção no desemprego.

É urgente responder aos problemas dos trabalhadores, da população e do país, valorizar o trabalho, investir nos serviços públicos e, no domínio da Administração Pública, valorizar os trabalhadores, as suas carreiras profissionais e assegurar a actualização anual dos salários. Uma resposta que importa dar na luta reivindicativa e no plano político e legislativo, incluindo no OE para 2019.

No dia 15 de Novembro os trabalhadores voltam à rua para participar numa grande manifestação nacional em Lisboa, porque é urgente avançar nos direitos para desenvolver o país e promover o progresso social.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 07.11.2018