luta desemprego cartazA Informação Mensal do Mercado de Trabalho, divulgada pelo IEFP, mostra que em Setembro voltou a aumentar o número desempregados inscritos nos Centros de Emprego (desemprego registado). Em Setembro o desemprego registado atingiu 538,7 mil pessoas, mais 2,2 mil que em Agosto.

Não é este o único sinal de degradação da situação no mercado de trabalho. O número de novos desempregados (trabalhadores que ao longo de Setembro se inscreveram nos Centros de Emprego) teve um aumento substancial, passando de 53 mil em Agosto para 74,4 mil em Setembro (ver gráfico). Em Maio este número era de 48 mil. É significativo que o aumento dos desempregados inscritos durante Setembro se tenha verificado em todas as regiões do país, ainda que seja mais acentuado no Algarve. Regista-se, ainda, que os dados oficiais não contabilizam os desencorajados, os desempregados em formação e inseridos no programa contrato-inserção. Hoje é por demais evidente que o país tem um desemprego estrutural preocupante que não está dissociado do modelo de baixos salários e de muita precariedade.

 

 

desempregados

A precariedade continua a apresentar-se como antecâmara do desemprego. Com efeito, o principal motivo de inscrição para os novos desempregados nos Centros de Emprego é constituído pelo fim do trabalho não permanente, o qual representa por si só 44% do total. Se a este motivo somarmos o número de trabalhadores despedidos obtemos mais de metade do total num contexto de agravamento nos últimos três meses.

desempregados quadro

A situação no mercado de trabalho não só indica agravamento em Setembro face a Agosto como anuncia a continuação da deterioração da situação dado o forte aumento dos novos desempregados em todas as regiões e o impacto provocado pela precariedade de emprego. A CGTP-IN salienta que mais de 80% dos contratos celebrados nos dois últimos anos são precários.

A política responsável pela degradação da qualidade do emprego, do desemprego estrutural e dos desempregados sem protecção social, tem de ser travada.

Depois de ter mudado a maioria da Assembleia da República, é hora de mudar de política. Uma política que aposte no pleno emprego, no direito ao trabalho e ao trabalho com direitos. Os trabalhadores e trabalhadoras desejam, merecem e exigem!