Hoje, dia 27 de Março de 2024, véspera do Dia Nacional da Juventude, Jovens Trabalhadores de todo o país juntam-se em Lisboa e no Porto, em luta contra os baixos salários, a manutenção e agravamento da precariedade laboral, contra a desregulação dos horários. Afirmando os valores, conquistas e projecto de Abril, a Juventude Trabalhadora exige uma vida melhor.

A realidade dos jovens trabalhadores continua marcada pelos condicionamentos impostos à sua emancipação por via da manutenção e aprofundamento da política de baixos salários, pela instabilidade gerada pela normalização dos vínculos precários que obrigam ao adiamento de projectos e planos de vida, pela chantagens do patronato que através destes vínculos reprimem o exercício de direitos laborais, sindicais e sociais pela juventude.

Os jovens trabalhadores continuam a ser sujeitos aos mais violentos e desregulados horários de trabalho, quebrando um tão necessário equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar, impossibilitando também uma mais activa e presente participação na sociedade.

O aumento do custo de vida, que pesa de forma particularmente severa na vida de um jovem, veio contribuir para uma já generalizada degradação das condições de vida da juventude. Os aumentos nos juros e nas rendas, impulsionadas pela especulação no mercado imobiliário, afastam cada vez mais os jovens do seu direito constitucional a uma habitação digna e de qualidade. A degradação dos serviços públicos, desde a saúde, com o desinvestimento no SNS, o ataque à escola pública, até à degradação do serviço público de transportes, tem impacto junto dos jovens, e é ainda mais nocivos para os que vivem e trabalham no interior do país.

Perante esta situação, os resultados das eleições legislativas não traduziram uma mudança de rumo necessária, assente na resposta aos problemas concretos da juventude trabalhadora. Antes, representaram a acentuação do rumo da política de direita, contra os interesses dos trabalhadores e o desenvolvimento do País, a favor do agravamento da exploração, das injustiças e desigualdades sociais, do ataque aos direitos e à democracia e de comprometimento da soberania nacional.

A juventude trabalhadora tem um papel decisivo para imprimir força e alegria na luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, pela mudança de rumo na construção de um Portugal desenvolvido e soberano, por um país onde possam viver e trabalhar com direitos e dignidade, com os valores de Abril no futuro de Portugal.

Assim, os jovens trabalhadores presentes exigem:
» O aumento geral e significativo dos salários em pelo menos 15%, nunca inferior a 150€, para todos os trabalhadores;
» A valorização das carreiras e profissões;
» A fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1000€, ainda em 2024;
» As 35 Horas de trabalho semanal, sem perda de retribuição, e o combate à desregulação dos horários;
» O fim da precariedade e a garantia de que a um posto de trabalho permanente corresponde um vínculo de trabalho efectivo;
» A revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente o período experimental alargado para 180 dias para os trabalhadores à procura do primeiro emprego, a caducidade da contratação colectiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador;
» O reforço dos serviços públicos e funções sociais do estado;
» A garantia do direito a habitação;
» Condições de saúde e segurança nos locais de trabalho e transportes.

Os jovens trabalhadores assumem aqui o empenhamento em intensificar a luta nas empresas e locais de trabalho, por melhores condições de trabalho e de vidam, pelas reivindicações especificas e mais gerais, organizados nos seus sindicatos de classe da CGTP-IN.

Aqui, reafirmamos também o nosso compromisso com a paz, a solidariedade e o diálogo, assim como a luta pela solução pacifica dos conflitos, o desarmamento e o fim das escaladas militares e da guerra.

Apelamos a uma forte participação e mobilização nas comemorações dos 50 anos da revolução de Abril, lavando-lhes a Alegria da juventude e na comemoração de um 1º de Maio com a luta dos jovens trabalhadores em todo o país.

Viva a Luta dos Jovens Trabalhadores!
Viva a Interjovem!
Viva a CGTP-IN!