STAL REPUDIA ATITUDE DE DESPREZO PELOS TRABALHADORES

A luta justa dos trabalhadores dos transportes urbanos de Coimbra e a surreal postura do governo

Até 2008, o salário destes trabalhadores era cerca de 63% superior ao valor do Salário Mínimo Nacional (SMN). Hoje, integrados numa suposta “carreira” de Assistente Operacional, em que foram “amassados” muitos milhares de trabalhadores, cujas profissões foram vergonhosamente desqualificadas, a sua base salarial é o SMN!

Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) estão em greve até esta sexta-feira (dia 30), dando sequência à luta pela recuperação de uma carreira de que foram espoliados em 2008, pela Lei 12-A/2008.

Correspondendo à firme vontade dos trabalhadores, o STAL formulou propostas de recuperação e valorização das suas profissões, que dirigiu formalmente ao Governo, através dos secretários de Estado da Administração Pública e da Administração Local.

Consequentemente, efectuou-se uma reunião, em 9 de Abril, na qual o Governo não apresentou nenhuma solução, mas prometeu avaliar a matéria e dar uma resposta numa outra reunião, logo marcada para 29 de Abril, mas depois adiada para 27 de Maio.

No entanto, esta reunião foi desmarcada na véspera, pelo Governo, com a desculpa “esfarrapada” de que ainda não tomara posse.

Conhecendo a gravidade da situação, pela forma como os trabalhadores são tratados e os transtornos causados à população, que se lamentam, mas que se devem a quem desgovernadamente brinca com direitos fundamentais dos trabalhadores, o governo PSD/CDS quer justificar a sua postura de desprezo pelos trabalhadores, lembrando-se agora do que já sabe há muito tempo.

GOVERNO “RESSUSCITA”... MAS SÓ PARA A CM COIMBRA

Refugiando-se, assim, na virtualidade da sua existência, o Governo não deixou, contudo, de ressuscitar, certamente com a devida pujança, que, nesse mesmo dia 27, reuniram com o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, assim parecendo “travesti-lo” de representante dos trabalhadores e não de seu patrão, como, de facto, tem assumido ser!

Assim o noticiou a Comunicação Social, e assim agiu o Governo, à revelia de qualquer tomada de posse, exigida para falarem com os representantes dos trabalhadores, mas dispensável para “cozinhados”, “temperados” ao sabor da “voz do dono”.

O STAL protesta veementemente contra tão vergonhosa postura! E sublinhamos, srs (des)governantes e sr presidente da Câmara, que são os trabalhadores que lutam pelos seus direitos que nos mandataram, por sua livre vontade, para decretarmos esta greve, porque é esse o nosso dever e o nosso lema, com toda a legitimidade de uma Associação Sindical com um percurso de meio século de lutas pela dignificação das condições de trabalho de todos os trabalhadores.

Exigimos, por isso, que o Governo ponha termo a esta espécie de jogo de escondidas, em que, segundo as conveniências, se assume como real, para uns, mas apenas virtual para os trabalhadores, impondo-se, assim, que pondere as propostas que temos formulado e aponte caminhos adequados ao encontro de soluções que justamente correspondam às legítimas expectativas dos trabalhadores.

Fonte: STAL

STAL repudia atitude de desprezo pelos trabalhadores