Apelo à intervenção urgente da IGEC/MECI: Condições inadequadas nas salas de educação pré-escolar e 1.º ciclo

A FENPROF TEM vindo a constatar com preocupação diversas situações que colocam em causa a qualidade da prática pedagógica e o bem-estar das crianças nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico. Nesse sentido, dirigimos à Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) um apelo para a clarificação e intervenção relativamente a dois problemas centrais:

1. Falta de assistentes operacionais nas salas de jardim de infância

De acordo com a Portaria 272-A/2017, de 13 de setembro, o n.º 1 do art.º 7.º, estabelece que “Na educação pré-escolar o ratio de assistentes operacionais é de um por cada grupo de crianças regularmente constituído em sala [...]”. No entanto, a realidade observada em diversos estabelecimentos de ensino contraria esta disposição legal, com salas que, frequentemente, não contam com um/a assistente operacional por grupo. Estas salas, muitas vezes compostas por vinte e cinco crianças, incluindo crianças com necessidades educativas especiais, ficam privadas das condições mínimas necessárias para assegurar uma prática pedagógica de qualidade e respostas individualizadas.

Perante esta realidade, tendo em conta a obrigatoriedade legal da existência de um/a assistente operacional por sala de jardim de infância, a FENPROF contactou a IGEC para que garantisse o cumprimento desta norma junto das direções dos agrupamentos de escolas e das autarquias responsáveis.

2. Gestão das faltas de curta duração dos docentes

Foi-nos também reportado que, em situações de faltas de curta duração (até 5 dias) dos docentes da educação pré-escolar ou do 1.º ciclo, as crianças são frequentemente distribuídas por outras salas ou ficam sob responsabilidade de um/a assistente operacional, supervisionado/a por outro/a docente já sobrecarregado/a com o seu próprio grupo e demais tarefas.

Consideramos que estas práticas são contrárias à legislação em vigor e colocam em risco o direito das crianças a um acompanhamento pedagógico adequado, além de desrespeitarem a função dos docentes que se veem obrigados a assumir responsabilidades que não lhes competem. Acreditamos que, nestes casos, deveria ser acionada a resposta social adequada, salvaguardando o interesse das crianças e a dignidade do trabalho pedagógico.

Assim, a FENPROF solicitou esclarecimentos sobre as medidas que devem ser implementadas para garantir o cumprimento da legislação e das condições pedagógicas exigidas, mesmo em situações pontuais de ausência de docentes e que esses esclarecimentos sejam remetidos às direções dos agrupamentos de escolas.

Pela defesa da qualidade da educação e dos direitos das crianças, exigimos respostas e soluções!

FONTE: FENPROF