Perante a despropositada denúncia do Acordo Colectivo de Trabalho-ACT da EDP, por parte da administração que tanto falava em boa-fé negocial, o caminho é a unidade na acção entre todos os trabalhadores, independentemente da sua filiação sindical, afirma a Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal.
Nos próximos dias, os sindicatos (SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte) vão convocar plenários e reuniões, para que os trabalhadores decidam as melhores formas de dar a devida resposta a este ataque aos seus direitos — anuncia-se num comunicado hoje emitido.
A máscara caiu
Depois de quase três meses de inacção, que se admitia ser prolongamento das férias, a administração veio mostrar que, afinal, estava a preparar uma má surpresa.
Percebe-se agora porque foram empurrando com a barriga, durante tanto tempo, a resposta às propostas sindicais de alteração do novo modelo de carreiras.
A máscara caiu na reunião de ontem, dia 29, com a administração a anunciar a denúncia do Acordo Colectivo de Trabalho da EDP.
A administração das falinhas mansas mostrou que teve sempre como intenção impor os seus conteúdos e lançar um vil ataque ao seu maior e melhor património, os trabalhadores.
Diz a administração que denuncia o ACT, com a justificação de que é o passo necessário para levar a negociação a bom porto, seja lá isso o que for. Talvez esteja já a fazer-se à boleia do pacote laboral – a intenção de alterar para pior a legislação laboral, por parte de um Governo que tem como secretário de Estado do Trabalho alguém que tão bem conhecemos cá na casa.
Para os trabalhadores, os sindicatos e a federação, este é mais um motivo para a participação, em força, na marcha nacional que a CGTP-IN convocou para 8 de Novembro, em Lisboa.
Ataque, em vez de melhorias
A Fiequimetal recorda que sempre esteve disponível para negociar e empenhada em alcançar um acordo sobre a matéria das carreiras, por entender que aquilo que colocou em cima da mesa representa melhorias para os trabalhadores, em comparação com o actual ACT.
Em 2021, a federação apresentou uma proposta de revisão de carreiras, que ficou infinitamente sem resposta por parte da empresa.
Iniciada a discussão, e quando parecia que se começava a chegar a alguma conclusão, a administração deixou de dar resposta a novas propostas e fez uma pausa sabática – afinal, para trabalhar no passo seguinte e denunciar o ACT em vigor.
A boa-fé negocial, tantas vezes apregoada, tornou-se num despropositado acto de sentido oposto.
Mais uma vez, fica visível que a afirmação «As nossas pessoas» só tem valor às vezes. O fundamental, para a gestão EDP, é cumprir com os objectivos da administração, pela via do «quero, posso e mando».
A ética, de que tanto falam, não pode ficar somente nos ficheiros PDF que espalham na intranet e por e-mail, critica-se no comunicado, assinalando que ética é também levar as negociações até ao fim e não somente até onde nos agrada.
Fonte: Fiequimetal
