A situação que se vive no sector ferroviário é da inteira responsabilidade do governo e deve ser rapidamente resolvida.

O que está em causa é o não cumprimento de um acordo entre a CP e os sindicatos, a que o governo decidiu não dar andamento, acordo esse que, para além da valorização dos salários, carreiras e profissões, tem como objectivo promover a fixação e o recrutamento de trabalhadores na empresa, garantindo assim o número de trabalhadores adequado ao normal funcionamento do serviço ferroviário, problema estrutural que existe há vários anos e urge resolver.

O conjunto dos sindicatos que subscreveram o pré-aviso de greve, mantiveram-se sempre disponíveis para a resolução do conflito, patamar em que o governo não se colocou. O argumento utilizado de "estar em gestão" não impediu o governo de levar a cabo várias inaugurações nem de anunciar vários investimentos, ou seja, é um argumento que serve apenas para não dar resposta aos problemas e reivindicações dos trabalhadores.

Fica claro que o governo quer usar a situação que ele próprio criou para atacar os direitos dos trabalhadores, nomeadamente o direito à greve.

O que se exige, no imediato, é que o governo resolva a situação que criou, dando andamento ao acordo, respondendo assim às reivindicações dos trabalhadores e ao tão necessário reforço do serviço público que prestam.

 DIF/CGTP-IN
Lisboa, 08.05.2025