A 11 de Setembro de 1973 um golpe militar patrocinado pelos Estados Unidos da América depôs o governo da Unidade Popular, bombardeou o palácio presidencial e assassinou o Presidente Salvador Allende, interrompendo brutalmente a construção de um Estado de progresso e justiça social, de soberania.

Iniciou-se assim uma sangrenta ditadura fascista dirigida por Augusto Pinochet que perseguiu e matou mais de 3000 pessoas e iniciou o denominado “Plano Condor”, um plano de articulação das polícias políticas das principais ditaduras militares na região que, apoiadas pela CIA, executaram dezenas de atentados e assassinatos. Uma ditadura que foi a reacção do grande capital e das classes até então dominantes e privilegiadas à conquista de direitos laborais, sociais e democráticos e ao projecto emancipatório que a acção das massas e do governo da Unidade Popular desenvolviam.

No plano económico, o capital chileno e estrangeiro procurava recuperar o controlo dos principais sectores da actividade económica. Ainda durante o governo da Unidade Popular promoveu o boicote e a desestabilização da economia apoiados num bloqueio norte-americano aos sectores estratégicos, principalmente o sector do Cobre.
Com o golpe reverteu o processo de nacionalização de sectores estratégicos, em particular a nacionalização do sector de mineração de Cobre, devolvendo à mão do capital estrangeiro, em particular norte-americano, um sector que até aí estava ao serviço do desenvolvimento do país. Travou ainda o desenvolvimento da reforma agrária, assim como o processo de desenvolvimento social a favor da maioria do povo Chileno, impondo um modelo de sociedade ultraliberal com brutais cortes nos sectores públicos da saúde e da educação e um despedimento massivo de trabalhadores da Administração Pública.  Pese embora a brutal repressão e perseguição de que foram e alguns ainda são vítimas, os trabalhadores e o povo foram construindo a resistência e avançando na luta com a confiança de quem acreditou que uma ditadura não pode durar para sempre.

A acção do imperialismo norte-americano, no passado como no presente, procurava impedir o desenvolvimento soberano de um país e impor a doutrina de submissão da América Latina aos seus interesses. Uma doutrina que não cessou e se desenvolve, com a ameaça a países soberanos, a promoção de golpes e da desestabilização, a imposição de bloqueios e sanções. Uma doutrina que agora e sempre enfrenta a resistência e um processo de acumulação de forças do qual resultaram importantes posições em vários países, impondo-se a via progressista e revolucionária e o protagonismo dos trabalhadores e das massas populares - com importantes conquistas de direitos laborais e sociais, democracia e soberania.

A CGTP-IN reafirma a solidariedade com os trabalhadores e os povos da América Latina, em particular com o povo e os trabalhadores Chilenos, na defesa da soberania, do progresso e da paz em toda a região.

INT/CGTP-IN
11.09.2023