A natalidade e a fecundidade estão a diminuir no nosso país há várias décadas.

Além de factores sociológicos que explicam essa redução, como as alterações nas expectativas de vida das mulheres relativamente ao seu papel na sociedade, a maior participação no emprego, o prolongamento dos estudos, um maior controlo da fecundidade por via do planeamento familiar, a redução da maternidade precoce - que correspondem a ganhos civilizacionais -, há também condicionantes económicas e laborais, como o desemprego, a precariedade laboral, os baixos salários, os longos e desregulados horários de trabalho, a dificuldade no acesso à habitação, entre outras, que levam a que a fecundidade desejada não seja muitas vezes concretizada ou que seja adiada, o que tem reflexos na natalidade.

A natalidade acompanha a situação económica e as condições de vida do país, como se vê no gráfico seguinte. Desde os anos 70 do século passado, com excepção dos dois anos que se seguiram à Revolução de Abril e na segunda metade dos anos 90, quase não houve crescimento da natalidade e, quando houve, não se retomaram os níveis anteriormente observados.

Em 2022 e 2023 houve alguma recuperação no número de nascimentos, mas em 2024 voltou a diminuir. Neste último ano o número de nascimentos de mães residentes em Portugal foi de 84,6 mil crianças, menos 1,2% do que em 2023. Um terço das crianças eram filhas de mães de naturalidade estrangeira (mães que não nasceram em Portugal). Ver DOCUMENTO

CIMH/CGTP-IN
28.05.2025