anabela_interjovem.pngComo jovens trabalhadores, perante a grave retirada de direitos que se vivemos nas nossa empresas, mas também perante as vitórias que assinalamos todos os dias, perante a disponibilidade e necessidade da luta e do protesto em defesa dos nossos direitos, consideramos que o Plano de Acção e as linhas de trabalho que irão sair do Congresso tem de ser um ponto de partida para nos ligarmos, ainda mais, aos anseios dos jovens trabalhadores para que seja uma ferramenta de confiança para a continuação da luta que temos desenvolvido.

Intervenção da Interjovem/CGTP-IN

Camaradas:

 

Saudamos, em nome da Interjovem/CGTP-IN, todos os delegados e convidados deste XII Congresso, de forma especial os mais jovens que, que estão na primeira linha na dinamização e participação na luta, e dessa forma afirmam a actualidade do nosso projecto sindical unitário e de classe, um projecto construído pelos trabalhadores, como é o da nossa central sindical.

Reunimos neste Congresso dezenas de jovens dirigentes e delegados sindicais que, todos os dias afirmam nas suas empresas e locais de trabalho, nas duras batalhas que temos travado, nas ruas, a actualidade da luta e da acção sindical, fazendo frente à ofensiva que se desenvolve contra os direitos dos jovens no plano laboral, contra a produção nacional, a gratuitidade dos serviços públicos e o direito ao trabalho digno, estável e com direitos.

Como jovens trabalhadores, perante a grave retirada de direitos que se vivemos nas nossa empresas, mas também perante as vitórias que assinalamos todos os dias, perante a disponibilidade e necessidade da luta e do protesto em defesa dos nossos direitos, consideramos que o Plano de Acção e as linhas de trabalho que irão sair do Congresso tem de ser um ponto de partida para nos ligarmos, ainda mais, aos anseios dos jovens trabalhadores para que seja uma ferramenta de confiança para a continuação da luta que temos desenvolvido.

Nas acções que realizamos, em conjunto com os sindicatos, temos sido uma voz forte na denúncia dos graves retrocessos sociais que enfrentamos, tanto no acesso ao trabalho com direitos, como no acesso à Habitação, à Saúde, à Segurança Social, à Cultura e ao lazer.

Desde o último Congresso da CGTP-IN que a ofensiva contra os direitos dos jovens trabalhadores se intensifica, com medidas tomadas pelos governos do PS, do PSD e do CDS que, em conjunto com o grande patronato, e governando à sua medida, colocam piores condições de vida aos jovens trabalhadores.

Com a assinatura do Pacto de Agressão ao nosso país, as condições de vida e de trabalho entre os mais jovens agravaram-se de uma forma que não é possível esconder mais, tornando cada vez mais actuais as exigências do movimento sindical de classe.

Hoje são mais de 17% os jovens com menos de 35 anos que não tem trabalho.
Hoje em dia, cerca de 60% dos jovens que trabalham vivem em casa dos pais, pondo em causa a sua autonomia e a possibilidade de constituírem a família porque o salário é tão baixo que não permite o arrendamento de casa e o pagamento de despesas básicas como as contas da água, da luz e da alimentação.

São milhares os jovens trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes, com horários e funções de trabalhadores efectivos mas que estão a trabalhar com recibos verdes, com contratos de trabalho mensais ou semanais, sendo que, segundo os últimos dados do INE, 23% do trabalho no nosso país é realizado em condições precárias. São mais de 882 mil trabalhadores, 56% deles com menos de 25 anos.

A estas realidades, o governo responde com o agravamento da situação, impondo alterações à legislação laboral que confrontam, de forma antidemocrática, tudo aquilo que tem sido reivindicado nas lutas que se travam nas empresas e na rua.

Daqui deste nosso Congresso reafirmamos que recusamos e lutaremos contra todas e cada uma das medidas do dito acordo de concertação,

O acordo não é LEI, e daqui dizemos que não reconheceremos legitimidade a qualquer lei que tenham como objectivo aumentar a exploração, piorar as nossas condições de vida e de trabalho, destruir a nossa autonomia.

Impõe-nos o Banco de Horas e a desregulamentação dos horários de trabalho, o alargamento por mais 18 meses da possibilidade de contratar a prazo e a legitimação dos falsos recibos verdes, através do pagamento de subsídio de desemprego a quem está nesta situação. Apresentam-nos, todos os dias, com uma propaganda onde são gastos milhões de euros, a velha e repetida cassete do “empreendedorismo”, num país onde fecham, todos os dias, por via da redução dos salários e poder de compra, centenas de pequenas e médias empresas. Convidam-nos, ultimamente, da forma mais descarada, a sair do país, contrariando aquilo que é um dos direitos fundamentais, consagrado na Constituição da República Portuguesa, o acesso ao trabalho digno e com direitos.

Vamos para a mobilização e para a luta, saídos deste congresso ainda com mais força e determinação e acima de tudo ainda com mais confiança, confiança dos jovens dirigentes e activistas, mas acima de tudo a confiança que os jovens trabalhadores tem nos sindicatos e na CGTP, neste grande projecto sindical unitário e de classe. Jovens trabalhadores que independentemente do seu vinculo ou relação laboral encontram no movimento sindical o espaço consequente para se organizarem e, organizados, lutarem pelos seus direitos.

Depois da Interjovem ter reunido nos últimos anos milhares de trabalhadores nas grandes manifestações do 28 de Março contra a Precariedade e pelo trabalho com direitos, da activa participação na construção das grandes Greves Gerais, depois de se terem recolhido mais de 20 mil assinaturas exigindo que a um posto de trabalho permanente correspondam vínculos de trabalho efectivo, depois de todas as acções que se desenvolvem nas empresas e na rua, como as recentes acções de denúncia do desemprego entre os jovens, é necessário afirmar, cada vez mais, que é pela luta que construímos as vitórias para quem trabalha.

È com a luta que conseguimos todos os dias a passagem a efectivos de trabalhadores em situação ilegal, que, nas difícil situação em que se encontram, resistem e agem nas empresas.

Camaradas estamos convictos que também a juventude trabalhadora assumirá nas suas próprias mãos os destinos das suas vidas e que esta determinação estará bem expressa na grande manifestação do dia 11, transformar o terreiro do paço no terreiro da luta contra o desemprego e a precariedade é o desafio que temos nas mãos e que vamos alcançar.

Será assim no dia 11, assim será nas pequenas e grandes lutas, assim será com mais um grande dia de luta em torno do 28 de Março, dia nacional da juventude, dia nacional da sua luta.

Viva a Luta de todos os trabalhadores!

Viva a Interjovem/CGTP-IN

Viva a CGTP-IN