logo4.gifTomada de posição da Interjovem/CGTP-IN

O Governo anunciou esta semana um conjunto de medidas que apresentam como solução para resolver o problema do desemprego entre os jovens. Estas medidas, denominadas “Impulso Jovem” baseiam-se na injecção de capitais nas empresas, para que sejam fundos públicos a assegurar os salários dos trabalhadores.

Estes trabalhadores, realizando, diariamente a sua actividade e dando lucro aos patrões, recebem, do Estado, e não destes, o pagamento do seu salário. Entre estas medidas está mesmo a redução da Taxa Social Única a empresas que contratem jovens, podendo pagar-lhes o salário mínimo nacional, independentemente das suas qualificações.

A implementação destas medidas promove a contratação de jovens trabalhadores necessários todos os dias nas suas empresas, com contractos precários ou em regime de estágio, com salários muito mais baixos do que teriam com vínculos efectivos. As contratações ao abrigo da implementação destas medidas abrem caminho a um maior desemprego e Precariedade, através do despedimento de milhares de trabalhadores que, nas empresas serão substituídos por estes jovens.

Num país onde a  taxa de desemprego se situa em 15,2%, afectando mais de 36,6%ns até aos 25 anos é  urgente denunciar e esclarecer os impactos destas medidas, combatendo-as com a exigência do trabalho com direitos.

A contratação de jovens com qualificações superiores com salários próximos do Salário Mínimo Nacional, o despedimento de milhares de trabalhadores, a diminuição real dos salários e o aumento da Precariedade nos locais de trabalho serão os resultados da implementação do “Impulso jovem”.

Na recente Greve Geral, construída com o trabalho de muitos jovens, na manifestação Nacional dos jovens trabalhadores, no dia 31 de Março e nas inúmeras acções que se multiplicam nas empresas e locais de trabalho, há uma forte rejeição do trabalho como ocupação temporária, precário e com salários que não chegam para fazer frente às despesas mais básicas, não permitindo uma vida autónoma.

A implementação destas medidas, para além de não responder à principal exigência dos jovens trabalhadores – o trabalho estável e com direitos, o fim da Precariedade e do desemprego, vem agravar a situação, beneficiando apenas os grandes patrões, que, verão subir os seus lucros, desvalorizando o valor do trabalho. Exemplo disto é o chamado “Estímulo 2012”, uma das medidas lançadas, e que abre caminho à contratação de jovens altamente qualificados com salários muito abaixo dos restantes trabalhadores destes sectores, como podemos observar nos recentes anúncios de emprego que oferecem salários de 600 euros a médicos e a arquitectos, entre outros.

O combate ao desemprego e à Precariedade faz-se pela aposta na produção nacional, pelo aumento real dos salários, nomeadamente do Salário Mínimo Nacional, de forma a aumentar o poder de compra e a fazer crescer a procura interna e pelo fim do encerramento dos Serviços Públicos.

É possível eliminar o desemprego entre os jovens com a continuação da luta nas ruas e nos locais de trabalho, exigindo trabalho com direitos e reafirmando que “este país também é para jovens”, combatendo medidas que tem acabado com milhares de postos de trabalho em todo o país, participando nas manifestações do dia 9 de Junho, no Porto e 16 de Junho, em Lisboa.

A Interjovem/CGTP-IN