O governo/administração da CP, no seguimento da reunião de quinta feira, entregou ao início da noite de sexta-feira, não uma, não duas, mas três opções de proposta para aumento dos salários em 2023, mas em que todas significam uma nova redução do poder de compra dos ferroviários.

São as seguintes as propostas de distribuição de actualização salarial, abaixo da inflação verificada e que querem que sejam as organizações a escolher, ou que se escolha o mal menor:

Considerando que para os salários mais baixos já foi assegurado o aumento decorrente do impacto no SMN:

1. Aumento transversal de 4%; ou

2. Aumento transversal no valor de 51€; ou ainda

3. Valorização progressiva:

a) =/< 960€: aumento no valor de 55€;

b)  > 960€ e < 1.250€: aumento no valor de 50€;

c) > 1.250€ e < 1500€: aumento no valor de 45€;

d) > 1500€: aumento no valor de 40€.

Subsídio de refeição – 8,32€

No documento entregue o governo/administração reconhece o que temos vindo a dizer, de que, cada vez mais, os salários da CP se aproximam do SMN – Salário Mínimo Nacional e referem que, com os valores anunciados pelo governo, em 2025 haverá 11 níveis salariais com o SMN, duplicando o que haverá em 2023.

Mas a solução proposta não é o aumento geral de todos os salários, mas sim extinguir os índices 117 e 119 e actualizar os níveis do 122 ao 140, nos seguintes valores, para “para minimizar o impacto das subidas do SMN”;

Índice

Venc.

Incremento

122

760,00€

31,59€

125

770,68€

26,00€

128

780,94€

20,00€

131

792,20€

15,00€

134

803,47€

10,00€

137

814,13€

5,00€

140

824,90€

9,00€

144

837,57€

 

A justificação desta proposta é de existe o despacho normativo do Ministério das Finanças/Governo, de limitação de crescimento da massa salarial em 5,1€, na qual têm que incluir os aumentos do salário mínimo, as progressões acordadas em anos anteriores, entre outras, pelo que o resto só dá para isto.

Para o SNTSF/FECTRANS estes valores são insuficientes para repor a perda do poder de compra decorrente de uma inflação de 8,1% segundo o Banco de Portugal e a questão central não é discutir a distribuição de um “bolo” pequeno, mas sim discutir o tamanho do “bolo”.

Fonte: Fectrans