emprego 2019As Estatísticas do Emprego do INE indicam que no 3º trimestre de 2019 o emprego aumentou e o desemprego diminuiu quer em termos homólogos, quer em termos trimestrais. Este é mais um exemplo que confirma que uma ligeira melhoria do rendimento dos trabalhadores é determinante para o aumento da procura interna e a criação de emprego. Uma situação que justifica e exige uma resposta positiva do patronato à reivindicação de 90€ para todos os trabalhadores, apresentada pela CGTP-IN.

Mais de metade do emprego criado é precário: 52% dos trabalhadores que encontraram trabalho no 1º trimestre do ano já não se encontrava no mesmo emprego no 3º trimestre, de acordo com os dados do Inquérito ao Emprego. A precariedade é uma realidade para muitas centenas de milhares de trabalhadores, nomeadamente entre os mais jovens – quatro em cada dez jovens menores de 35 anos não tinha um contrato permanente no 3º trimestre, atingindo um cada cinco se se considerar o total de trabalhadores, segundo esta fonte.

Por outro lado, o bloqueamento da contratação colectiva e a política de baixos salários, leva a que cerca de 2,3 milhões de trabalhadores vivam com menos de 900 euros de salário líquido mensal, num quadro em que os preços, nomeadamente, da aquisição e arrendamento da habitação sobem em flecha

Acresce que mais de dois terços dos desempregados em termos reais continua sem acesso a prestações de desemprego e os que têm não ultrapassam os 500 euros em termos médios, um valor pouco superior ao limiar de pobreza.

Alguns indicadores são preocupantes, como a descida do emprego e da taxa de actividade das mulheres num trimestre em que tradicionalmente há aumento de emprego, o mesmo acontecendo relativamente aos trabalhadores com idades entre os 25 e os 44 anos, tanto em termos trimestrais como homólogos, confirmando o que se observou no trimestre anterior. Aumentou também o número e a taxa de jovens que não estão a estudar, em formação ou a trabalhar.

Em termos regionais, verifica-se que a taxa de desemprego aumentou em termos homólogos no Alentejo e Algarve e em termos trimestrais no Norte, Centro e Alentejo, contrariando a evolução verificada em termos médios no país.

Estes dados confirmam a necessidade de se dar centralidade à valorização do trabalho, pelo que a estabilidade e a segurança do emprego e o aumento de 90€ nos salários, constituem, entre outras prioridades, de uma política económica e social que os trabalhadores exigem e o País precisa.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 06.01.2019